terça-feira, 28 de maio de 2013

Até que ponto a educação pode ser vista como um processo de construção de saberes? Cá entre nós, aprendemos a sabedoria ou as regras de uma convivência apenas?
Creio que a educação é aquele processo tende a preparar o individuo para o entendimento de como a sua existência física funciona dentro de um todo. Nesse sentido, a educação é uma ciência exata, cada operação existente resulta em um produto específico, nem mais e nem menos... Gosto de falar para as pessoas que eu vejo a educação atual como um sistema de armazenamento de dados, sistema este no qual não existe um tratamento dos dados recebidos pelo objeto de recebimento. Os dados transmitidos ficam armazenados e necessitam de um operador alheio àquele que recebe, capaz manipulá-los conforme as suas necessidades. É verdade! Creio que somos apenas discos rígidos nos quais são gravadas as programações necessárias ao usufruto do usuário operador. Apenas recebemos comandos e não apontamos para outros caminhos senão aqueles que nos são requisitados... Temos um ótimo programa anti-vírus, qualquer mudança nesse comportamento aponta para a quarentena... Novas ideias são analisadas e, dentro da sua funcionalidade com relação às programações do sistema, são automaticamente deletadas. Vezes somos acometidos por um bug, pendemos à vontade de um vírus que destrói os comandos necessários ao usuário... Esse bug é momentâneo, qualquer simples processo de formatação nos faz voltar a antiga funcionalidade. Um software melhor, mais atualizado, com um pouco mais de recursos, e voltamos à funcionar dentro da programação... Para falar a verdade, vezes, o software reinstalado não muda em nada, apenas aparenta ser algo novo, mas o processo continua o mesmo...
Quando pensamos no atual processo educacional de nosso país, pensamos que a culpa é dos governantes, criticamos e esbravejamos até que alguém insere um dado novo... Passamos à criticar os professores e suas greves, e lá vem outros dados do pen driver, o problema é da família que não sabe criar os seus filhos... São vários dados que nos chegam, cada qual com uma função única, ser utilizado no momento em que o operador acreditar que existe um erro no arquivo. Verdade, muitas vezes, acho que é o operador do sistema que inclui determinado dado no arquivo e avalia a sua eficácia... E esse operador é bem indeciso, não permite que determinado dado configure como parte do arquivo de forma constante.
Verdade que, máquinas programadas não conseguem fugir à sua programação... Ou seguem o programado ou são descartadas... algumas se mostram um pouco mais eficientes, tem recursos capazes de fazê-la descansar dos dados recebidos... essas são as mais utilizadas, quando percebida a sua capacidade de distribuir dados, passam à servidores de um sistema... Guardam os segredos que não podem ser compartilhados à totalidade, mas apenas aos grupos específicos da organização... É uma programação mais sofisticada, mas programável assim mesmo... O operador coordena tudo, tem a funcionalidade dos encaixes dos dados nas suas mãos...
Cobrar as falhas do sistema educacional agora é a programação do momento... Milhares de máquinas conectadas em uma rede e trocando pacotes de dados... O filtro anti-vírus funciona à todo vapor, filtrando e selecionando aquilo que foi disseminado pelo operador, corrigindo bugs e reenviando as mensagens... Nós não paramos para analisar os dados que transmitimos e nem os que recebemos, somos tão bem automatizados que confiamos no filtro e cremos que o operador é o senhor da sabedoria... Aí morremos, em novas e seguidas formatações, até que nosso disco rígido se find... O pior de tudo isso é que não compreendemos que, todos os dados estão em nós, somos nós os senhores da funcionalidade desse sistema... Guardamos os nossos dados até que o operador resolva utilizá-los, e geralmente, em favor das suas necessidades particulares, e não das nossas... Pudéssemos entender o sistema, compreenderíamos que nossos dados se completam, neles estão escritos aquilo que o operador necessita para fazer valer as suas vontades... Mas ficamos na espera da nossa convocação, sem repassar, sem receber, sem processar os dados que trafegam por nosso sistema... Morremos na queima do sistema e perdem-se os nossos dados, sem que sejam utilizados, sem um sistema de back-up eficiente em outras máquinas, vezes, nem nos servidores... Assim, servidores voltam à ser máquinas, algum outro que por descuido, tenha salvos os meus dados, passa à servidor, até que também perca algum dado... Nosso sistema é todo substituível, pois os dados nos são particionados de modo que não possamos criar mecanismos de processamentos próprios, o que chamamos de inteligência artificial.
O ar está carregado de dados, as novas tecnologias são dispostas para que o trafego se torne eficiente e para que não exista percas... o operador do sistema não sabe, mas essa tecnologia nos permite a recepção e a transmissão de dados entre nós, as várias máquinas quase que obsoletas... quando formos capazes de captar tratar e unir esse dados, seremos alto suficientes, fazendo com que obsoleto passe a ser o operador do sistema...
Pensem nisso... 



2 comentários:

  1. Gostei do texto. Mas eu sou suspeita, já gosto demais da comparação entre homem e máquina... De qualquer forma, parabéns pelo texto. Parabéns pelo blog. =)

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  2. Acho que foi a melhor forma de explicar a atual condição humana no meu ponto de vista. E você tem razão, todas as ações humanas são muito mecânicas mesmo, perdemos a capacidade de pensar, de sentir, de nos comunicarmos com o meio... Somos frios, enigmáticos, e altamente propensos à rotina... Temos um botão apenas, que se liga no nascimento e se desliga na morte, se analisarmos,o demais de nossas vivências são só giros, muitas vezes solitários, sempre contados e contínuos... Obrigado amigado pela leitura e pela visita...

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