quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Reféns...

Todo homem é refém das suas convicções. Suas crenças são mediadoras da sua sabedoria, uma vez que expande ou limita a construção de novas aprendizagens... O homem convicto do saber, se fecha à novos aprendizados, é refém da dor que sua "sabedoria" proporciona... O homem que crê na sua ignorância é refém da falta de perspectiva e dependente da "sabedoria" alheia. ambos são manipuláveis, uma vez que são sustentados pela segurança de terceiros... O homem que crê paga o preço da sua crença...
O homem crê na vivência dos limites... Impõe-se limites para poder quebrá-los, impõem, aos outros, limites para serem respeitados, aceitam limites para serem controlados...
Todo homem é refém de suas metas... Planeja futuros como se estes não findassem à cada segundo. Os presentes se vão à cada suspiro e o homem crê nas metas como perspectivas de vida, mas não vive por definição de metas... Logo, seria prudente traçar metas para o presente... Mas também o presente também não se torna passado à cada suspiro? As metas que o home traça alimentam o seu ego, e todo homem se torna refém da ignorância, sujeito presa das crenças e metas. Ignora o presente em cada uma de suas instâncias... está sempre em construção de futuros, presente de dominações e de interesses. É, constrói, dita e aceita limites em nome da liberdade, alimenta rancores em nome da felicidade, define metas para futuros que se fazem sempre passados... o presente lhe é, por isso, ausente.
Todo homem é refém do medo... lhe importa o que tem, o que representa para a sociedade, o que demonstra ser... teme a ignorância pela ausência da vaidade e pela falta da ambição, erra pelo simples fato de temer errar, muda pelo medo da mudança... Todo homem sabe apenas aquilo no que crê, todo homem crê apenas naquilo o que sabe, delimita a sua liberdade em suas regras, delimita as suas regras de acordo com as suas liberdades... Todo homem é refém do que possui, uma vez que tem não tem liberdade, em sua liberdade, de se auto libertar...      

domingo, 11 de agosto de 2013

Chamado...

Talvez a vida tenha sido mais sábia do que acreditamos... Quando criou a unidade masculina, criou um ser dotado de tamanha capacidade e força que reservou a ele o direito à proteção da sua espécie. Porém, sem dúvidas, dotou esse ser de uma insuficiência básica... a de construir a vida.A força e superioridade masculina é mediada pela ausência de mecanismos de criação. O masculino tem o poder da "dominação", mas é dependente do feminino, mediador como força de construção. A grande perspectiva de criação do homem, talvez tenha sido essa... Um ser capaz de ler as receitas de construção da vida e de empregá-la no desenvolvimento da Terra e evolução das espécies... Talvez isso não tenha agradado o homem, cujo objetivo da "dominação" extrapola em sua provação de poder. O homem nasce só, como conjunto de células que moldam o seu corpo... nesse mesmo momento, é só na energia vital, parte integrante da composição energética da mãe. Ambos compõem um só corpo físico e energético até o momento do nascimento. A grandeza do "homem" nasce dependente... Quando de repente, ingressa ao mundo físico, se torna um na dependência da família. Pai e mãe que se misturaram nos processos de criação da criatura, se confundem na promoção da segurança e desenvolvimento dessa. O "Homem" tão poderoso, grande, forte e capaz, se limita à proteção, sendo que a "Mãe" supre as necessidades alimentares, de carinho e aconchego.
O Masculino, que colaborou com milhares de células para fecundar um único óvulo, tem a sua suposta "superioridade" quebrada pela figura feminina, dependente da proteção e da força do masculino. Isso foi muito bem pensado pela Vida... O homem nasce só, como conjunto de células, cresce só, como conjunto familiar, se desenvolve só, como conjunto população, mas teima em compreender que é só, como conjunto vida. Essa, talvez, seja a grande necessidade de aprendizado, a retomada do sentido de unidade que faz do homem, como conjunto humano, pais da vida... O único ser capaz de ler as escritas da vida ainda se perde na luta de provação quanto a sua superioridade, pior, contra a feminilidade da natureza. O homem, sujeito de fecundação e proteção, teme a minoridade frente a feminilidade da "Vida", e assim como faz como conjunto humano, se impõem de forma humana, tentando, induzir, limitar, menosprezar, descaracterizar a força de construção que não possui. O homem, que podemos caracterizar como um pai para toda a criação, é dotado do poder da guarda, da proteção, da possibilidade de construir a vida; é dotado de um conjunto que inclui a força masculina e ternura feminina, é dotado de células de sabedoria à serem usadas na fecundação do óvulo da evolução... mas é limitado pela ausência do poder de criação, uma vez que esse é da "Vida". Sábia foi a "Vida", que limitou o poder da parcela masculina na Terra, sábia foi a "Vida" que se propôs à educar o homem para a sua função de proteção das criaturas e promotora da evolução... Hoje crescemos, como seres da criação, como filhos da "Vida", é chegada a hora de assumirmos a nossa função de proteção e de fecundação de uma nova sociedade... Homens e mulheres, a raça humana é a fortaleza da criação, a capacidade, a segurança de todas as demais criaturas... Surgimos para ser pais da criação, o que quebra qualquer lógica de dominação... Homens e mulheres que constroem a nova sociedade humana, na paternidade de todos os seres vivos. Hoje, com todo o conhecimento que nos foi "dado", temos condição de ser unos como protetores da Terra, basta apenas querer, assumir que nossa era de dominação já se esgotou... Já não somos mais as crianças protegidas, mas adultos capazes de pensar os filhos dessa espécie, de fecundar os óvulos da nova criatura humana... Hoje, a raça humana é o masculino que fará da Vida, mãe de novos seres, evoluídos e dotados de uma sabedoria de partilha, de comunhão, de construção...
Hoje, o homem, chegado à maturidade- Embora um pouco tardia- recebe o chamado para ser pai das demais criaturas, protetor, provedor do desenvolvimento da evolução... Sejamos pais da vida, assim a "Vida" nos pensou... iguais, dependentes e complementares...
Um bom dia aos já pais, aos que desejam ser pais, aos que assumiram o papel de pais, aos homens e mulheres que atendem o chamado da "Vida" e que assumem a paternidade dessa nova sociedade, justa, igualitária, solidária... "Humana".
Paz e Luz à todos...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Qual é a cor que vês?

Todos nós recebemos as receitas de como melhorar as nossas vidas... Sim, recebemos... E estas receitas vem dispostas em escritas simples, recheadas de palpites e de vivências únicas. Mas, se cada vivência é única, como pode a minha receita de sucesso ajudar a ti, se foi escrita para mim?
Penso, as vezes, que acabamos por optar pela não análise da realidade. É mais fácil comprar feito à perder horas trassando projetos de construção. E assim, o que compramos nem sempre se encaixa na descrição daquilo que imaginamos, pois nós elaboramos o projeto por um ângulo único de visualização, mas não executamos, portanto, a visão da construção tem, também, um ângulo único do executor.
Um vez me perguntaram... " qual é a cor que você vê naquela flor"
Incrível a visualização humana... Via eu, a cor rósea, assim como o meu indagador... Mas qual é a provabilidade de, a cor rósea que eu vejo ser a mesma cor rósea que tu vês, sendo que, alguém me apontou a cor rósea em minha primeira visualização e me declarou... "É Rósea"
Outra vez, ouvi uma outra história... Um sujeito, acometido de cegueira na juventude, pergunta ao cego de nascimento... "Como pode suportar o negro como visão, sem que tenha a oportunidade de ver as demais cores?"
E o cego de nascimento lhe responde. " Nunca me preocupei com tal detalhe, pois para mim, não há o negro, pois nunca precisei me atentar à isso... Vejo todas as cores que a minha mente me permite, pois sedisser-me que esta folha é verde, meus olhos não a enxergará, mas minha mente construirá a mesma cor que tu conheces... A minha visão tem a cor que eu quero, pois não é mediada pela tua visão."
Nesse sentido, pergunto. Construímos mesmo as nossas vidas? Será que há algum propósito nas receitas que a sociedade nos oferece?
Já aprendi a amar, mas não sei se o amor é o que me ditaram... Amo tudo e todos, mas tenho limites à estabelecer para que eu possa dizer que amo... Se há limites, há realmente o amor? No que consiste esse sentimento inexplicável, limitado há padrões de mediação?
Descrevo, as vezes, a felicidade, como aquela reação ocorrida na percepção de que algo que fiz foi de valia para outro alguém... Verdade, a felicidade não se encontra naquilo que faço à mim, mas na reação proporcionada aos demais, proveniente da minha ação. A felicidade de um marido está no sorriso da esposa, a de um filho, no orgulho do pai, o da mãe, na vitória do filho... a felicidade está no amor, o mesmo amor que ocorre de Mãe para filho, de esposa para marido, de amigo para amigo... A felicidade pode estar no amor que dedicamos aos nossos animais de estimação, no balbuciar da sua felicidade, no visualizar de um céu azul, descrito em uma foto que postamos, ou ainda, em  um por do sol, presenciado por aquele que tiramos da clausura, no toque suave da brisa no rosto daquele que não podia abrir as janelas, no frescor das águas do mar tocando os pés de uma criança pela primeira vez... Há uma infinidade de locais e de condições aonde a felicidade pode estar, porém, a entendemos como são ditadas pelo padrão que nos foi imposto a aceitar para como e o que amar... Talvez seja esse nosso grande problema, as receitas que nos são oferecidas são limitantes do nosso amor e da nossa felicidade. Aprendemos a adotar amores de outros para que a nossa posição se solidifique como a posição do ditador, cada receita que eu descrevo tem ingredientes para a solidificação do amor que eu padronizei, e quanto mais pessoas estiverem certas de que esse amor é verdadeiro, mais sólida tenderá a ser a "minha" felicidade... O incrível é que, nunca percebi que, essa felicidade não se completa, pois tenho que estar defendendo esse padrão eternamente, pois é um instrumento de construção particular meu, da minha vida única, o que provavelmente, não caberá à tua vivência, pois tua visão é única, pois o róseo que eu te proponho pode ter tonalidade negra em sua visão.
As cores do mundo são reflexos da irradiação da luz, a quantidade de luz que percebemos será a mediadora da nossa visão. Quando eu me proponho estar em determinado lugar e visualizar a tua imagem, estou sujeito à um único padrão de iluminação, o poderá fazer com que as cores que vejo sejam apenas opacas ou ofuscadas. Quem me dita o padrão, pode estar em uma melhor condição de luz, pois também, sua posição é única, e só se sentirá feliz se, doar o seu local de visualização para que eu possa, também olhar através de um ângulo diferente, o que o fará menos contemplado, mas provavelmente, mais feliz... Pois eu proporcionei que o mesmo pudesse tirar a sua própria conclusão da minha visão, e assim, reconhecer a minha realidade única. Ambos encontramos a felicidade na contemplação de visualizações diferentes e percebemos reações diferentes de percepção... Libertar essa pessoa do meu padrão e propor-lhe um novo padrão de visão pode ser muito mais gratificante do estar impondo ou atendendo a um padrão único, pois o róseo de um  pode ser bem mais vivo que o padrão ditado, a diferença pode ser a Luz...


quarta-feira, 10 de julho de 2013

A vida é bela?

A vida tem os seus segredos... Será que, um dia, saberemos desvendá-los?
Acho que todos nós sabemos quais são os ditos, segredos da vida... Sabemos desde o nascimento, mas por  algum motivo, mudamos as regras da evolução humana. Devíamos ser, para sempre, crianças... pois é nessa época em que dominamos a conhecimento desses segredos. Fato... quantas vezes ouvimos, em nossa infância, que "a vida não é assim"? Essa simples frase nos rouba a sabedoria, isso porque, o adulto, homo laboral, nos impõe esse conhecimento, talvez porque, na sua vida, nada tenha sido fácil. O homem adulto já foi uma criança sábia,  porém, também esse foi privado de cultivar os segredos que adquiriu em seu nascimento pelos adultos de seu tempo...
Todo homem nasce pronto para ser feliz, com aptidão para ser mundo. Se as vivências de uma criança constroem a sua personalidade, jamais essa deveria ser educada por homens.Verdade, deveriam ser as crianças, a reeducar os homens, a reconstruir a raça humana.
O homem vê o mundo pela possessão, não mais satisfeito pelo seu compartilhar das suas belezas. O único ser capaz de organizar os seus pensamentos através da construção de novos conhecimentos, utiliza essa faculdade mental para adquirir bens. Mas o ter não tem limites... a criança tem o mundo, não necessita demarcá-lo para poder desfrutar do universo. É dona dos pássaros e dos animais que a rodeiam , parte da terra e da vegetação que colorem as suas vestes e pele, é dono da bondade e da fé. É criadora de belezas na sua simplicidade, capaz de enxergar amor e de transmitir paz. Mas há sempre um homem, a ditar-lhe o que pode e o que não pode, á ditar-lhe o que é e o que não é real, a mostra-lhe a dureza da vida que, em sua cegueira adquirida, também lhe foi imposta. O homem, nato e capaz de ser feliz, agora dita a moléstia da obrigação, do ter, do ser, do poder... Rouba da criança, a inocência e a sabedoria.
Dias atrás, me peguei falando sobre a razão da existência humana. O instinto animal humano, ainda não extinto nos ciclos que deveriam ser de evolução, ainda nos assolam... Passados mais de 3 milhões de anos, ainda nos defendemos do mundo como se fossemos presas das demais criaturas. Nós, que aprendemos dominar o fogo e a produzir os nossos alimentos, nós, que aprendemos os segredos da engenharia da vida, nós que aprendemos a domesticar os animais, nós ainda não evoluímos para a nossa verdadeira missão. Ainda somos primitivos, criaturas encurraladas como presas, da nossa própria ignorância. Temos um mundo inteiro e preferimos demarcar pequenos territórios, como se fossemos animais... temos conhecimentos, mas ainda impomos limite a nossa sabedoria ao contestar tantos outros saberes... temos uma energia interna de luz, mas cultuamos a carne, podre e finita, como se não fossemos eternos...
A vida é bela, apenas não temos coragem de assumir que pouco somos, assim como não temos a sabedoria para enxergar que somos tudo... O homem é tolo, desaprendeu o amor e ainda se da ao direito de deixar o homem ensinar as suas crianças. O homem é tolo, capaz de domesticar os animais e explorá-los, mas nunca de se deixar domesticar pelo mundo... O único ser capaz de viver sem a necessidade de exploração, capaz de construir uma nova espécie humana, se acua da própria ação de exploração. O homem é tolo, o único ser capaz de compreender o equilíbrio entre energia e matéria, cultua a matéria, finita, frágil, minúscula, e comercializa o espírito...
A vida é bela, mágica e doce... Mas o homem constrói etapas para essa vida conforme cresce... particiona a vida em peças, cada vez menores. Cria-se eventos, e para cada evento, cria uma infinidade de necessidades, que partilha os eventos  da vida em mais e mais eventos, cada qual com mais necessidades... O homem cresce, e se torna pequeno, cresce em conhecimento, mas perde a sabedoria... O homem cresce, amadurece, mas morre nulo, nas ações que não praticou. O homem cresce vivo, mas finda na certeza de que a vida, era simplesmente, a vida... É aí que ele se trona novamente sábio, quando vê que a única necessidade a que deveria ter se submetido, era a de viver, sua bela e única vida de infância...
Paz e luz...                 


terça-feira, 4 de junho de 2013

Marcas- Por Luz

Todo ser humano tem o direito de ser tratado com respeito. Digno de cada um. Ninguém por maior ou menor que seja deve ser tratado com desdém... Porém, nem todos assim agem.
Sentem-se donos do mundo, da verdade, do poder absoluto sobre tudo que existe, e sobre quem os admira.
Admiração... Respeito... Será que existe mesmo?! Ou será mera ilusão? Ilusão não pode ser ilusão é irreal, fictício, nunca verdadeiro. Pois ou, porém é transitório, passa, passa como as horas, os dias e os anos. Só não passa a dor e a mágoa de ser ferida por quem depositamos confiança e lealdade. Causa ferimentos, e ferimentos deixam cicatrizes, cicatrizes demoram cicatrizar; quando cicatrizam deixam marcas. Marcas profundas e intensas, intensas como o dia ensolarado, profundas como a noite sem estrelas. Outras vezes marcas servem para nos mostrar ou nos lembrar de uma passagem em nossa vida, aliás, quase sempre, senão todo o sempre. Jamais deixarão de existir, embora passem despercebidas ou sem ser sentidas, mas estarão lá. Saber viver e conviver com essas marcas é que vai determinar o rumo que queremos em nossa vida. Passamos a conviver com elas, embora hora ou outra nos lembre de sua existência. Há quem diga serem necessários, outros menos, que jamais deveriam existir.
Mas como não existir se ao nascermos trazemos-as junto a nos?  Nascemos com todas as cargas hereditárias de nossos ancestrais, carregamos, pois sendo então, não ter como desfazer dessas marcas.
Caberá a nos tirar proveito e saber usá-las de modo que, possamos estar abertos á mudanças de qual será a profundidade que existirão... Quais marcas querem lembrar.
Texto- Luz

domingo, 2 de junho de 2013

Recomeçar- Por Luz

Quem nunca se pegou no meio do caminho e perguntou: Como recomeçar e por onde recomeçar?! Corremos esse risco, o de recomeçar.
A dificuldade de recomeçar; de recomeçar um novo caminho, de se prender no medo de reconhecer que é preciso e podemos ter um novo renascer...
De fato, não é fácil, mas na vida nada é. Alguém disse que seria? Fazer um novo trajeto, um caminho diferente ao antes feito, desconhecido e improvável. Isso será deixar de crescer.
Se ficarmos presos a essas dificuldades, a vida passará. Temos como base o sol que renasce todos os dias, não perde jamais a oportunidade de recomeçar, se não o fizermos como o faz, perderemos a oportunidade de fazê-lo também. Lamentável, pois retiramos de nos mesmo a maior possibilidade que temos, o valor da espécie humana, valor esse do recomeço.
Temos o dever de crescermos e aprendermos todos os dias. Podemos alterar caminhos tortuosos, aprendermos a ser melhor a cada dia, podemos deixar vícios prejudiciais.
Entretanto, ninguém o fará e nem poderá fazê-lo por nos. Apenas e tão somente nos podemos decidir por este recomeço. Qualquer mudança de comportamento ou tratamento não funcionará. Decidiremos-nos quando e onde recomeçar. Mudar ou recomeçar não significa perder ou desconhecer os valores que possuímos, e não tão menos nosso princípio significa evoluí-los, significa crescer... Não percamos, pois, essa oportunidade, de crescer todos os dias e buscar o recomeço sem medos. Difícil, sim, mas não impossível.
Experimente, deixe-se recomeçar!!



Texto por- De Luz...

Deveres humanos.

Creio que o pior presente que o homem recebeu na vida foi o Direito... Calma! Já me explico. Desde a primeira vez em que foi atribuída a dádiva do direito, o homem jamais conseguiu olhar o mundo como conjunto, pois o direito indica individualidade. Para que o direito seja coletivo, o mesmo tende a ser mediado pelos deveres que representa tais direitos, ou seja, se eu tenho o direito à vida, o tenho porque “todas as demais criaturas são responsáveis pela manutenção desse meu direito”, enquanto eu, sujeito de direito, sou apenas “devedor” da manutenção dos direitos de todas as demais criaturas.
Creio que o grande caos da nossa sociedade se dê através da imposição dos meus direitos sem que exista um dever imposto a mim... Tenho deveres assistidos para com sociedade, toda a sociedade tem deveres que devem ser assistidos com relação a mim... Simples, não? Algumas práticas que relatam bem esse sentido vêm sendo discutidas já a algum tempo... Promove-se um sujeito ao “direito” de mediar os direitos das pessoas... Esse sujeito tem o direito de falar aquilo que pensa, mas é seu dever pensar a sua fala com relação aos direitos de todos os demais cidadãos. Uma vez que sua fala exerce a sua “crença” de direito, ela é “individual”, o “direito” de todos os demais cidadãos é comprometido através do não exercício do seu dever. Uma pessoa que comete um crime, subjuga o “direito” dos demais cidadãos, uma vez que “acredita” no seu direito individual. O sujeito que cobra a sua punição pode ser tão sujeito de crime quanto o acusado, uma vez que crê no exercício do seu “direito” de não ter deveres para com o sujeito que cometeu um crime. Impõe ao Estado, o dever de condenar o dito cidadão, pois “paga” pelo seu direito de não agir. O Estado, por sua vez, crê no exercício do seu direito de mediar as prioridades, crê que deve agir somente na “correção” daquilo que deveria ser “prevenido”. Assim, impõem à sociedade o dever de prevenção, pois crê não poder estar em todos os locais ao mesmo tempo.
É assim que cremos no direito, na imposição dos nossos direitos, criamos alicerces que fundamentam esses nossos direitos na concepção de que o “dever” é algo que deve ser exercido por terceiros... O dever, geralmente é punitivo à aqueles que não agem de acordo com os direitos que nós criamos para nós mesmo. O dever é do mundo, o direito é meu. Mas não o é... O direito é coletivo, declarado e não criado, não é imposto é reconhecido. Não há direito em sistemas de exploração, mesmo que mediados à sustentação. O direito é a consequência da manutenção dos deveres individuais para com o todo, é a resposta ao exercício da doação, e nesse sentido, toda é qualquer imposição de direito atribuída à mim é nula, principalmente se imposto pelas minhas vontades e crenças. Constrói-se o direito quando se exerce os deveres da cidadania, da solidariedade, da compaixão e da fraternidade. Constrói-se o direito quando cada individuo se propõem ser base e não topo, constrói-se o direito quando cada individuo se propõem à doar e não receber.
Chegamos a um ponto X, meus direitos não são compatíveis com os direitos dos demais cidadãos, meus direitos sacrificam direitos alheios e esses mesmos  direitos meus são sacrificados por direitos alheios. Não são direitos, mas crenças, vontades e vaidades que me tornaram órfão de assistência, pois não são mediados pelos deveres que eu anulei... Chegamos a um ponto X, onde a visão social deturpada corrói as estruturas pensadas para a manutenção desses “direitos” sem deveres, onde a ação social cobra direitos dos quais não tem e não pode ter direitos, onde a governança sustenta direitos que não lhes são direitos... Todo o direito que ainda temos é o de repensar os nossos direitos, as nossas vontades, as nossas vaidades, as nossas posses, pois nossos deveres nos cobram a manutenção de um direito maior, comum e indispensável ao reconhecimento do “direito” coletivo. Temos o direito à ter “direitos”, mas o dever de propiciar aos demais entes da Terra, os tais direitos que nos são direitos... São os Termos da não compreendida Declaração Universal dos DEVERES dos Homens.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Sou mundo

O que, as vezes, me surpreende no ser humano é a sua capacidade de utilizar a sua inteligência de forma equivocada...O homem olha o mundo e o segue, inteligente ao ponto de identificar conceitos e fazer-se incluir neles. O homem não vive a sua vida, vive a vida das demais pessoas que estão à sua volta.
Inteligentemente, segue os mais vistos para ser notado... O homem segue todo o mundo, e se magoa quando esse mundo lhe nega algum direito... Inteligentemente, burro.
Tudo o que o homem vive é uma falsa ilusão de saberes, sabe apenas que precisa saber o que os inteligentes sabem... Mas esses inteligentes também tem suas sabedorias construídas por várias outras sabedorias copiadas... O homem segue o mundo, mas não consegue ser o mundo.
O homem é o mundo para a brisa que lhe toca, as partículas carreadas pelo vento se desfazem ao toque com o corpo humano. Assim também, somos o mundo para a água, que escorre em gotículas de chuva e se fazem aeradas, para cumprir a sua função de mundo, aos animais aquáticos...
O homem é o mundo para a criança carente, quando estende um sorriso em determinado instante de sua caminhada, e se o nega, é tão culpado quanto o mundo que condena. O homem é mundo perante ao pedinte, é mundo perante aos seus filhos, é o mundo perante cada célula do mundo.
Quantas vezes cobramos o mundo perante as nossas dificuldades? Mas em quantas vezes conseguimos notar que o é apenas aquela fragmentação de uma realidade fictícia da nossa inteligência? O mundo somos nós! Acordem inteligentes da Terra... Não é o meu mundo aquele que diz que eu necessito de dinheiro, o mundo sou, o dinheiro é quem necessita de mim... Não é mundo aquele que diz que eu necessito de amor, eu sou o mundo e o amor nunca deixou de estar em mim... Não é o mundo que me dita uma divindade, estou vivo, e como ser vivo, a divindade está em mim...  Não é mundo que me indica como ter segurança, a minha segurança é ser o mundo... Sou eu o mundo, interagindo com tudo... não posso me negar ao dever de zelar por tudo e por todos à minha volta, pois eu sou a parcela mais importante para que o mundo funcione... Tudo o que preciso saber é que se sou eu o mundo, nada é menos importante ao ponto de não merecer a minha atenção... Sou tão inteligente que me reservo ao direito de ser ditado, de ser guiado, de ser usado... Sou tão inteligente que me reservo ao direito de não pensar, de aceitar pensamentos pré-estipulados, são tão inteligente e, por isso,  pouco o mundo me aceita... Porque o mundo é burro, não sabe das minhas qualidades...
 A culpa é do mundo, burro, que não consegue ser mundo...

terça-feira, 28 de maio de 2013

Até que ponto a educação pode ser vista como um processo de construção de saberes? Cá entre nós, aprendemos a sabedoria ou as regras de uma convivência apenas?
Creio que a educação é aquele processo tende a preparar o individuo para o entendimento de como a sua existência física funciona dentro de um todo. Nesse sentido, a educação é uma ciência exata, cada operação existente resulta em um produto específico, nem mais e nem menos... Gosto de falar para as pessoas que eu vejo a educação atual como um sistema de armazenamento de dados, sistema este no qual não existe um tratamento dos dados recebidos pelo objeto de recebimento. Os dados transmitidos ficam armazenados e necessitam de um operador alheio àquele que recebe, capaz manipulá-los conforme as suas necessidades. É verdade! Creio que somos apenas discos rígidos nos quais são gravadas as programações necessárias ao usufruto do usuário operador. Apenas recebemos comandos e não apontamos para outros caminhos senão aqueles que nos são requisitados... Temos um ótimo programa anti-vírus, qualquer mudança nesse comportamento aponta para a quarentena... Novas ideias são analisadas e, dentro da sua funcionalidade com relação às programações do sistema, são automaticamente deletadas. Vezes somos acometidos por um bug, pendemos à vontade de um vírus que destrói os comandos necessários ao usuário... Esse bug é momentâneo, qualquer simples processo de formatação nos faz voltar a antiga funcionalidade. Um software melhor, mais atualizado, com um pouco mais de recursos, e voltamos à funcionar dentro da programação... Para falar a verdade, vezes, o software reinstalado não muda em nada, apenas aparenta ser algo novo, mas o processo continua o mesmo...
Quando pensamos no atual processo educacional de nosso país, pensamos que a culpa é dos governantes, criticamos e esbravejamos até que alguém insere um dado novo... Passamos à criticar os professores e suas greves, e lá vem outros dados do pen driver, o problema é da família que não sabe criar os seus filhos... São vários dados que nos chegam, cada qual com uma função única, ser utilizado no momento em que o operador acreditar que existe um erro no arquivo. Verdade, muitas vezes, acho que é o operador do sistema que inclui determinado dado no arquivo e avalia a sua eficácia... E esse operador é bem indeciso, não permite que determinado dado configure como parte do arquivo de forma constante.
Verdade que, máquinas programadas não conseguem fugir à sua programação... Ou seguem o programado ou são descartadas... algumas se mostram um pouco mais eficientes, tem recursos capazes de fazê-la descansar dos dados recebidos... essas são as mais utilizadas, quando percebida a sua capacidade de distribuir dados, passam à servidores de um sistema... Guardam os segredos que não podem ser compartilhados à totalidade, mas apenas aos grupos específicos da organização... É uma programação mais sofisticada, mas programável assim mesmo... O operador coordena tudo, tem a funcionalidade dos encaixes dos dados nas suas mãos...
Cobrar as falhas do sistema educacional agora é a programação do momento... Milhares de máquinas conectadas em uma rede e trocando pacotes de dados... O filtro anti-vírus funciona à todo vapor, filtrando e selecionando aquilo que foi disseminado pelo operador, corrigindo bugs e reenviando as mensagens... Nós não paramos para analisar os dados que transmitimos e nem os que recebemos, somos tão bem automatizados que confiamos no filtro e cremos que o operador é o senhor da sabedoria... Aí morremos, em novas e seguidas formatações, até que nosso disco rígido se find... O pior de tudo isso é que não compreendemos que, todos os dados estão em nós, somos nós os senhores da funcionalidade desse sistema... Guardamos os nossos dados até que o operador resolva utilizá-los, e geralmente, em favor das suas necessidades particulares, e não das nossas... Pudéssemos entender o sistema, compreenderíamos que nossos dados se completam, neles estão escritos aquilo que o operador necessita para fazer valer as suas vontades... Mas ficamos na espera da nossa convocação, sem repassar, sem receber, sem processar os dados que trafegam por nosso sistema... Morremos na queima do sistema e perdem-se os nossos dados, sem que sejam utilizados, sem um sistema de back-up eficiente em outras máquinas, vezes, nem nos servidores... Assim, servidores voltam à ser máquinas, algum outro que por descuido, tenha salvos os meus dados, passa à servidor, até que também perca algum dado... Nosso sistema é todo substituível, pois os dados nos são particionados de modo que não possamos criar mecanismos de processamentos próprios, o que chamamos de inteligência artificial.
O ar está carregado de dados, as novas tecnologias são dispostas para que o trafego se torne eficiente e para que não exista percas... o operador do sistema não sabe, mas essa tecnologia nos permite a recepção e a transmissão de dados entre nós, as várias máquinas quase que obsoletas... quando formos capazes de captar tratar e unir esse dados, seremos alto suficientes, fazendo com que obsoleto passe a ser o operador do sistema...
Pensem nisso... 



terça-feira, 21 de maio de 2013


Talvez minhas dúvidas sejam eternas... A própria eternidade me é uma dúvida... Acho que somos grandes demais para podermos reconhecer que nós erramos... Isso nos doí no ego...
Esse mesmo ego que nos impede de assumir novas visões de mundo, novas visões de vida, novos conhecimentos. Assim, ao  assumir que erramos perderíamos toda a nossa construção e voltaríamos a inocência inicial... 
Qual é o peso, para o homem, da tal da inocência?
Creio que não devemos nos culpar... Temos a faculdade intelectual para intervir nos processo de construção de nossos próprios pensamentos... Não devemos nos culpar completamente, apenas assumir nossos erros, para que sejamos humildes para recomeçar. 
Sabemos que nossas vontades nos acometem em desprazeres, mas somos levados à manutenção de nossos desprazeres pela vontade única de estarmos inclusos. Nos culpar, somente irá nos levar à um estado de inanição... aceitar nossos erros nos levará a perda de nossas conquistas... Vivemos o medo, e o medo faz isso...
Partindo sempre do princípio de que o mundo é assim mesmo, nos alegramos por ver alguns sempre mais abaixo, mas nos revoltamos por aqueles que sempre estão acima... e assim continuamos a nossa caminhada...  pois a inocência nos priva de nossos atos...
Todos somos, até que a verdade seja provada, certos nas nossas escolhas, mesmo que nossos tormentos nos corroa a paz ...
Não questionamos a origem dos ensinamentos que carregamos, não questionamos qual é o propósito desses ensinamentos... Aquilo que aprendemos é a nossa fortaleza, nós somos aquilo que aprendemos e exercitamos.
Creio que nossa maior limitação está em assumir que não aprendemos o que nos era necessário, que aprendemos apenas aquilo que era necessário para que as engrenagens da disputa fluíssem... e onde há a disputa há sempre a perda, a perda favorece mais sujeitos do que o próprio sentido da disputa... Onde há disputa, ninguém ganha.
São os novos questionamentos que nos fazem duvidar da vida, uns um pouco mais, outros, um pouco menos, mas todos nós duvidamos... Basta olhar para cima, os degraus que ainda queremos galgar... Duvidamos sim, pois não vemos um final acima, apenas o abismo que se pronuncia abaixo, mesmo quando em posição intermediária... O ganho nunca nos será suficiente, mas a perda, um pouco só nos basta...
O pior de tudo é que, somos todos portadores de saberes, mas nunca saberemos quais desses saberes são reais... Assumir que pouco sabemos, ou  não sabemos tudo, ou ainda, que não sabemos nada, nos será a grande perda. Aceitar que não estamos no caminho correto seria uma boa forma de começar a aprender, mas quem de nós irá se opor aos mecanismos de inclusão que nos cobra o exercício de nossos vãs ensinamentos?
Tenho um defeito, que creio ser uma qualidade... a minha crença vem daquilo o que eu posso construir, daquilo o que percebo mas que ainda não consigo compreender... Sei que não sei tudo... sei quase nada. Meu defeito é achar que eu sei muito pouco, e esse achar que nada sei, eu creio que seja a minha maior qualidade. Eu sei mesmo é que eu tenho dúvidas... 
Acredito que todos os caminhos percorridos pelo homem constroem a sabedoria... Acredito que todos os homens que cruzam o caminho desse homem, carregam um pouco da sabedoria... Acredito que cada pedaço da sabedoria está em cada homem, a sabedoria se une quando há a patilha...
Mas para nós, a partilha representa perda, pois a nossa posse tende a se reduzir na partilha... Dessa mesma forma e em todos os homens, as sabedorias são guardadas, à sete chaves... assim deixamos de receber aquela parcela de sabedoria que completaria parte do nosso saber, pois ela se perde no caminho, vários saberes se perdem... Um saber guardado é nulo, incompleto, tese e dúvida... e assim caminha a humanidade...
Tenho eternas dúvidas, saberes mediados por crenças e crendices. Apenas acredito que existem realidades concretas, as quais se perdem em longas discussões... Creio que não sabemos nada, pois se soubéssemos, não seria necessário impor ao mundo as nossas verdades... Não aceitamos que erramos por medo de aprender, e induzimos o mundo ao erro... Nossos filhos, nossos conjugues, nossos amigos, nossos semelhantes... Uma eterna transmissão de meias verdades...
Mas vou ficar com as minhas dúvidas... Talvez não valha a pena, pois creio que logo estaremos discutindo quem será digno de alguma verdade, quando as dúvidas restarem das nossas discussões...