segunda-feira, 20 de maio de 2013
segunda-feira, 6 de maio de 2013
Viver... Qual é o tamanho da vida? Não em dias, em anos, em momentos temporais... Mas qual é a dimensão do viver? Não há um exato contexto que justifique o viver, há padrões, fracionamentos de uma verdade que recebemos aos pedaços, cada qual com sua parcela... Talvez as ideologias surjam da leitura dessas parcelas, cada qual impondo a sua pequena quantidade de verdades como se fosse única.
Não sei se sabemos muito da vida, para falar a verdade, creio que, cada vez mais, nos distanciamos da verdade absoluta... Seguimos dogmas que nos são impostos, adotamos ideologias e buscamos defender a tese de que, nossa sabedoria é única e que deve ser seguida por outros... Muito pouco deixamos acrescentar, muito pouco deixamos desagregar.
Dentro desse padrão, creio eu, buscamos eliminar parcelas que não condizem com a nossa realidade particular... Buscamos mostrar a nossa sabedoria e nos contrariamos quando nos vemos errados... Muitas vezes, nem ao menos aceitamos o nosso erro, carregamos a sua defesa até as últimas consequências, até que sejamos vitimados por nós mesmos.
O maior predador do homem é o próprio homem, aquele que defende as suas verdades fundamentado em verdade de outros indivíduos, aquele que não observa, que não julga, que não se submete à dúvida. Aquele que defende seus ideais e que, guardadas as suas certezas e dúvidas, apenas recebe as parcelas do produto da sua construção.
O homem não aprendeu a sabedoria, apenas acredita nas verdades que lhe consola... Sua crença está ligada às suas vontades, àquilo que escolhe como verdade... A engenharia da vida é fantástica, tão simples e tão complexa que desenha caminhos diversos, caminhos nos quais nos predemos quando resolvemos descobrir os "porquês"...
Mas por que? se temos em várias ideologias um mesmo sentido, se temos em várias vontades um mesmo destino, se temos em várias verdades uma verdade única... A de que nada sabemos... Somos como elementos soltos, positivos e negativos em atração... Vezes circulamos desconexos, sem saber onde nos unir... vezes nos unimos e formamos matéria, mas sem a compreensão de como formar a vida. Somos resíduos de transformações iniciais, somos letras de um alfabeto em busca de uma linguagem ainda não escrita...
Somos palavras, ainda sem tradução...
sábado, 4 de maio de 2013
Como ser unitário, nasci por um propósito, e a propósito, todos nós temos um propósito em tudo aquilo que fazemos...
Tudo o que existia no mundo era meu... tive solos, animais e insetos, flores e capins... O legal em tudo isso é que eu tinha limites, mas era ilimitado na minha conquista do mundo... meu único limite era o respeito às regras.
Regras, nunca compreendi bem o que significa esse termo, se bem que esse significativo instrumento construiu hábitos dos quais conservo até hoje... Exemplo, há palavras que não ouso pronunciar ainda hoje, aos quarenta e cinco anos de idade, pois ainda receio a imputação de alguma condenação imaginável.
Eu nasci por um propósito, do qual ainda desconheço... mas creio que perdi o sentido desse propósito quando adentrei à sociedade. Engraçado, a família é uma forma de sociedade, e ao contrário do que pensamos, existe um padrão de administração que nos impõe regras. Nela somos inseridos como indivíduos, regrados por costumes construídos pela união de dois sujeitos com realidades adversas. Essas realidades são destiladas em diálogos e condensadas, cria-se um padrão de hierarquia e um conceito de participação familiar. Cumpri muitas regras, mas nunca me atentei ao fato de que essas regras eram voltadas à proteção do baixo escalão.
Eu era livre, dono do mundo e de tudo o que existia, até que um certo dia, eu fui levado à um novo conceito de sociedade, a comunitária... Cá perdi parte da minha liberdade...
Se no conceito de comunidade familiar eu era limitado, mas dono de tudo, cá o conceito de liberdade que eu assistia era reducionista, certos conceitos da minha inocência deveriam ser trocados em favor da minha independência. Muito bacana essa visão, passei a quebrar as minhas limitações em nome de uma suposta liberdade que, mais me aprisionou. Minha independência e minha liberdade eram muito mais controladas, minha comunidade foi reduzida à pessoas e locais dos quais não eram meus, mas de uso coletivo e propriedade indefinida, até então. Minhas flores já não podiam ser minhas, pois eu era um "Homem", meus insetos e meus animais eram nocivos e meus direitos eram conquistados. Passei a obedecer regras que, supostamente, defendiam os interesses de todos... Eu havia crescido, não mais poderia me dedicar à participação, pois minha liberdade se resumia em competência adquirida, ou seja, teria que ser eu, mais individual do que nunca, o melhor entre os melhores... Selecionou-se as minhas posses, os meus amigos, os meus sonhos, os meus desejos... É o caminho do melhor, a seleção...
Seleção natural- diz-se que, na natureza, sobrevive sempre o mais forte... Assim passou a ser regrada a minha vida, uma luta pela fortaleza, o que nunca veio. Há sempre alguém mais forte do que eu... Verdade, percebi que não há limites para essa construção. A minha liberdade nunca foi tão controlada. Já não mais podia possuir o mundo, já não mais poderia possuir as aves, as terras, as matas e as águas... O padrão de liberdade reducionista que eu aceitei me obrigava a disputar cada migalha de mundo que sobrava... Tinha eu apenas um trabalho, um dia, uma noite e um ideal...
Viver...
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Qual é a minha função no mundo? Para que vim e o que eu faço com relação à essa minha passagem?
Já se perguntou, alguma vez, por que estamos aqui?
Pois bem, não acredito que viemos ao mundo a passeio, pelo contrário, tenho coceiras a cada vez que penso que a minha passagem por aqui tem algum fundamento.
O mundo não precisa de mim, muito pelo contrário, minha participação nele é nula, destrutiva e insignificante... Apenas habito a Terra, tenho como propriedade um documento, revogável, que me diz ser dono do espaço onde habito, do chão que piso e de direitos, nada direitos por sinal.
Mas é assim mesmo, nascemos, crescemos e envelhecemos sem saber qual o motivo de nossa passagem pela Terra. Porém, ao menos na infância, ainda conseguimos compreender algumas das razões da nossa existência, mas essa compreensão se perde tão repentinamente, que mal conseguimos articular nossas ideias para a concretização daquilo que seriam os nossos sonhos...
Acho que o pior momento da vida de um homem- ser humano- é a passagem da infância para a padronização... Nesse processo perdemos a inocência, a fé absoluta, a mobilidade, a rebeldia e a liberdade de sonhar... O homem, em sua imposição de espécie, deixa de ser criatura, passa a mecanizado e programado, sintético e uniforme... Nossa passagem pela Terra não nos dá sentido de passeio, não nos dá sentido de missão... Nossa passagem pela Terra é apenas uma passagem, da qual ignora-se a Terra, a única que nos quis presente, a única que nos favorece a existência e nos cobra apenas a missão de estar, de participar, de construir e desfrutar...
Cabe a mim essa descoberta, um sentido para a minha existência... embora seja caracterizada como mais uma crença, como mais um dogma, é a minha realidade atual... Pensar, buscar e tentar... Pois a única certeza que tenho é a de que, por algum motivo, eu estive aqui...
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